terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Grande verdade

O arcebispo de Braga afirmou este domingo na Basílica do Sameiro que “o melhor presente que os pais podem oferecer aos seus filhos” é uma “educação de qualidade”.
Na homilia da missa em que assinalou as bodas de prata de ordenação como bispo, enviada à Agência ECCLESIA, D. Jorge Ortiga frisou que a educação cristã implica “não ter medo de, na oração e conversas familiares, propor o caminho duma vocação” que passe, “porventura”, por “uma vida religiosa ou sacerdotal”.
Durante a celebração o presidente da comissão episcopal responsável pelos organismos católicos de apoio social lembrou as pessoas que se encontram em “situação de fragilidade” e enfrentam as dificuldades com “espírito de heroica e silenciosa coragem”.
“Dificilmente estamos preparados para momentos inesperados, mas a cruz, que também Cristo carregou, não tem a última palavra sobre a vida. Espero que sintas esta minha frágil e silenciosa presença por meio da oração, na certeza duma comunhão permanente com as tuas debilidades”, afirmou.
O prelado dirigiu-se também a quem não acredita em Deus, habitando “involuntariamente o silêncio da fé”.
“Também para mim é um mistério este paradoxo. Sei todavia que o silêncio não é sinónimo de ausência. A fé é dom e fidelidade. Espero, peço-te, a fidelidade à procura sincera e, porventura, a decisão consciente de mergulhar no mistério de Deus, mesmo quanto tudo aquilo que ouves é silencio”, apontou.
D. Jorge Ortiga lembrou que a Virgem Maria não teve tarefa fácil para educar Jesus, “a criança mais sobredotada da humanidade”, dado que “não tinha apoio psicológico nem suporte familiar”.
“E como se não bastasse, o Anjo Gabriel tinha-se esquecido de lhe dar o manual de instruções”, uma referência ao episódio bíblico em que o mensageiro divino lhe anunciou que Deus a tinha escolhido para ser mãe de Cristo.
Maria tinha “profunda capacidade pedagógica de reflexão, onde muitas vezes o silêncio substituía as respostas automáticas”, a par de uma “paciência intuitiva”, que segundo o arcebispo “foi o segredo” da educação que deu a Jesus.
“Quem não tem paciência para educar, pode estar preparado para trabalhar com máquinas, mas não com pessoas”, frisou o prelado, que pediu aos fiéis para não esquecerem a importância da família, “a célula da vida humana”.
Da observação da vida de Maria conclui-se que uma catequese fundada na Bíblia “provoca uma melhor compreensão e participação nos atos litúrgicos e, por conseguinte, uma desprendida ação caritativa junto dos mais necessitados”.
“A partir da vida de Maria, queremos renovar a paróquia, sabendo, que desse modo, estamos a renovar uma Arquidiocese inteira”, que não pode viver à base “de tradições”, vincou.
A homilia recordou um dos símbolos do seu episcopado, a romã, que ao reunir inúmeras sementes num só fruto traduz a imagem de unidade na diversidade, dinamismo a aplicar nas paróquias, famílias e “na vida social, económica e política, para reconhecer uma dignidade igual”.
A cripta da Basílica do Sameiro, onde D. Jorge Ortiga recebeu a ordenação episcopal há 25 anos, encheu-se para assinalar o termo das comemorações do aniversário, que incluíram cânticos, poesia, atuações musicais e oferta de presentes da parte de todos os arciprestados da arquidiocese, refere o ‘Diário do Minho’.

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