sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Fim-de-semana hospitaleiro na Casa de Saúde do Telhal

No passado fim-de-semana, de 20 a 22 de Novembro, realizou-se mais um fim-de-semana hospitaleiro na Casa de Saúde do Telhal.
Parti do Algueirão com o meu grupo na noite de sexta-feira com um certo medo mas, também, com expectativas de que voltaria diferente deste fim-de-semana, e assim foi. No caminho para a Casa pensava em várias coisas tais como: será que ia conseguir dar-me bem com os doentes, será que ia conseguir agir normalmente com eles, será que ia gostar, … Coisas que passam sempre pela cabeça das pessoas que gostam de fazer as coisas bem e que gostam de marcar pela positiva. Finalmente chegámos. Entrámos e não estava ninguém. De repente apareceram dois rapazes. Pensei: “Bem, isto afinal não vai ser como pensava”, “ Vem mais gente e eu pensei k éramos só nós” e tinha razão pois, realmente, não foi o que pensei, foi muito melhor. Subimos para os quartos e acomodamo-nos.
Quando descemos para o jantar dei de caras com um grupo enorme à minha frente. Eram tantos…
Maior parte deles eram do Alentejo, mais precisamente de Vila Nova de S. Bento, outros eram do Casal da Mata, uma de Rio de Mouro e outra do Sabugo e depois era o meu grupo. Ao todo éramos imensos. Houve logo uma troca de sorrisos e palavras e nesse momento percebi que ali começava um fim-de-semana que ia mudar a minha vida.
Durante o fim-de-semana rezámos, demos carinho, convivemos e ajudámos as pessoas a sorrir. Foi um fim-de-semana único não só pelo grupo que se formou mas, principalmente, pela entrega aos doentes.
Entreguei-me completamente a eles, dei tudo de mim e fui feliz como nunca tinha sido antes. É lindo quando vemos a magia que aquelas pessoas (que apesar de terem problemas mentais são muito mais inteligentes que alguns saudáveis) nos transmitem.
Também, brincámos, falámos, rimos e chorámos, tudo o que fazemos com as pessoas que não estão naquela Casa.
Cresci como cristã, como amiga, como hospitaleira mas, sobretudo, como pessoa. Todos aqueles doentes fizeram-me sentir viva e com vontade de ajudar cada vez mais aqueles que mais precisam, dando não só bens materiais mas também e principalmente amor, amor e muito amor.
Para primeira vez fiquei encantada, maravilhada e com bastante vontade de repetir a experiência, não só pela relação de cumplicidade e amor que criei com os doentes mas, também, como já anteriormente referi, pelo meu grupo de trabalho, pelos outros grupos e pelos animadores incluindo o padre Alberto. Neste grupo hospitaleiro conheci pessoas espectaculares e únicas que me marcaram muito pela sua simplicidade, entrega, hospitalidade, personalidade e muito mais. Cresci, também, com eles pois cada um contribuiu para me tornar numa pessoa melhor e diferente.
Sem dúvida foi um fim-de-semana milagroso pois mudei muito, dei tudo o que tenho em mim e sinto-me com força para tudo porque QUANTO MAIS DAMOS DE NÓS MAIS RICOS NOS SENTIMOS.
Rita Rodrigues

Sem comentários:

Enviar um comentário

Os comentários anónimos não serão aceites